Esses dias eu estava trabalhando no desenho de uma aula sobre a história da linguagem, um dos temas que mais gosto de aprender e ensinar. Vou contar aqui para você – de forma muito helicopterizada – parte da história dessa invenção humana que já se mostrou e provou ser a mais potente e importante, além de ser a nossa principal característica como espécie.
Quero começar a viagem com uma citação curiosa: “For millions of years Mankind lived just like animals Then something happened Which unleashed the power of our imagination We learned to talk“, para aqueles mais atentos e adeptos do bom e velho rock´n´roll, esse é o começo da música Keep Talking do glorioso Pink Floyd. Mas tem mais, quem “canta” essa parte da música é o físico Stephen Hawking – curioso, não?
Sim, nós, humanos, falamos e vivemos imersos na linguagem, ou melhor, no linguajear. Mas como foi que isso aconteceu?
Não se sabe como essa magia aconteceu e acredito que nunca de fato saberemos. Mas olhando para trás podemos imaginar que tudo começa no convívio amoroso da nossa família ancestral de primatas, a linhagem que nos deu origem. Talvez o começo tenha se dado com cheiros, toques ou até mesmo sons.
E dessa forma começamos a coordenar uns com os outros as coisas que queríamos fazer e, também, os nossos sentires íntimos e emoções. E isso foi se conservando de geração em geração até o ponto que começamos a coordenar a coordenação de forma infinita. Surgiram as palavras, nomes, gramáticas, alfabetos, idiomas… E isso foi tão importante, tão potente, que garantiu que pudéssemos viver tudo o que vivemos como linhagem humana até hoje – com suas luzes e sombras.
E todas essas transformações e mudanças que experimentamos por milhares de anos e que, atualmente, vivemos de forma intensamente rápida, só foi possível porque aconteceu em torno de algo que conserva, no nosso caso o linguajear como característica e o amor como emocionar fundamental (tema para um próximo artigo).
Toda essa viagem para te mostrar que aquilo que se escolher conservar – conscientemente ou não – vai determinar todas as mudanças que são possíveis ou não. E veja que isso pode acontecer no seu núcleo familiar, na sua comunidade que reside próximo, na cultura geral de um país e, em especial, nas nossas organizações.
E termino deixando uma pergunta para a sua reflexão: o que você tem conservado que está sendo base e fundamento para aquilo que acontece na sua vida?
Seguimos conversando,
André Monc